Adicionar legenda |
Engana-se quem acha que esse meu pedido é singelo. Sim, homens adoram sexo oral. Mas só receber porque, na hora de oferecer, a coisa, ou melhor, os números mudam: uma pesquisa recente afirma que de um total de 1.252 homens heterossexuais, 78% recebe sexo oral frequentemente, mas quase a metade, 43% deles, não o pratica de volta. Ficou chocada? Pois ainda não terminou: dos caras que praticam, 1/3 tem nojo de fazer sexo oral na sua parceira. Ou seja, mesmo dentre os que fazem sexo oral, 35% diz que só o fazem porque têm “medo de ser considerado gay”, “medo de ser traído”, “porque tô com tesão e não penso na hora”, “porque amo minha parceira”, “para dar prazer a ela” e “para retribuir”. E isso me leva a uma terrível indagação. Caras que não chupam: onde vivem? De que se alimentam? Por que existem? De onde vem esse nojinho? Como lidar?
Acredito que essa atitude perante às nossas digníssimas vaginas só
pode ter uma explicação: egoísmo ou nojinho. E sentir nojinho de buceta é
misoginia. Não adianta vir me dizer que é uma questão de ~gosto ou que eu tô
cagando regra porque esse é um assunto que atinge diretamente a vida sexual
feminina. Há muitas mulheres que nunca tiveram um orgasmo na vida porque não
conhecem o próprio corpo. E por que elas não se conhecem? Porque existem esse
monte de estigmas sobre o órgão sexual feminino. A vagina sempre foi
demonizada, somos ensinadas desde criança que ela é algo vergonhoso, o que leva
muitas mulheres a sentir repúdio e nojo de si mesmas. A indústria pornô também
pesa nessa realidade porque fortalece um modelo padrão de vaginas desprovídas
de um único pelo. O cheiro, o gosto, a umidade, os pelos e a aparência da
vagina são padronizados, plastificados, camuflados e adquirem a única função de
satisfazer seu parceiro britadeira humana – e dificilmente ser saciada.
Adicionar legenda |
Postado pela
jornalista Lais Montagnana - Imagem: Google -Título e edição de imagem: Amorim Sangue Novo