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Prefeitura de São Paulo começará a pagar esse ano uma bolsa de um salário
mínimo mensal (R$ 788) para travestis e transexuais estudarem. A princípio, cem
beneficiárias receberão o benefício e poderão concluir os estudos ou se
matricularem em cursos técnicos do Pronatec, do governo federal.
A iniciativa é inédita na América Latina e
considerada prioridade pelo prefeito Fernando
Haddad (PT). Ele pediu pessoalmente a elaboração do programa, que custará cerca
de R$ 2 milhões aos cofres públicos esse ano, conforme reportagem de Mariana
Sanches, do jornal O Globo.
De acordo com o secretário municipal de
Direitos Humanos, Rogério Sottili, a iniciativa começa com poucas vagas, mas
deve ser ampliada no próximo semestre. O plano é que elas sejam beneficiadas
por dois anos e deixem o programa com um emprego formal.
Coordenador de políticas LGBT do município e
autor do programa, Alessandro Melchior lembra que as travestis "são alvo
preferencial do tráfico de pessoas, do tráfico de drogas". "Entre as
beneficiárias, nenhuma tem renda fixa, todas vivem em moradia precária, não
terminaram a escola e começaram a se prostituir ainda na infância. Delas, 31%
admitiram ter silicone industrial injetado no corpo, e 60% afirmaram já ter
sofrido alguma agressão física por sua identidade de gênero", relata.