Com 267 votos, Eduardo Cunha (PMDB) foi eleito
presidente daCâmara dos
Deputados. O candidato do governo federal, Arlindo Chinaglia (PT) teve 136
votos contra 100 de Júlio Delgado (PSB) e oito de Chico Alencar (PSOL). Dois
deputados votaram em branco.
A candidatura do
deputado foi marcada por um embate feroz contra o governo federal, que defendia
o petista Arlindo Chinaglia. A vitória do peemedebista também sepulta um acordo
entre PT e PMDB que determinava o revezamento das duas siglas no comando da
Casa. Esta é a primeira vez, desde o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da
Silva, que o PMDB tem dois mandatos seguidos no cargo.
A expectativa é que
Dilma Rousseff tenha (mais) um desafio e tanto para os próximos dois anos já
que Cunha prefere declarar-se independente com relação ao Palácio do Planalto -
mesmo fazendo parte da base
de apoio do governo.
Em discurso antes da
votação, ele defendeu a independência da Câmara com relação ao Executivo.
"É bom para a sociedade e para o parlamento que esse poder seja
distribuído", afirmou."Ter a independência da Casa, muito mais do que
palavra, é questão de atitude. Ninguém vai ver eu me curvar a qualquer coisa
que não seja a vontade da maioria dessa Casa".
O deputado afirma
que sua gestão não será “nem de oposição nem de submissão”. À Agência Câmara,
Cunha afirmou defender “o direito de governabilidade”, mas também “o direito da
oposição para fazer o seu papel de debate”.
Ele foi eleito com o
maior bloco de apoio da disputa. Ao todo, 14 legendas declararam suportaram
oficialmente a candidatura de Cunha: PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS,
PEN, PRTB, PSDC, PRP, PMN e PTN.
Oficialmente, Cunha
teria 218 votos, mas saiu vencedor com 267 - isso significa que 49 deputados
traíram a decisão de seus partidos. Arlindo Chinaglia, do PT, por
exemplo, deveria ter recebido 180 apoios nas urnas - mas só teve136.
Enquanto Delgado ficou com 6 votos a menos do que o previsto.
A vitória do
candidato já era dada como certa mesmo antes da votação. Segundo a Agência Estado, no bolão realizado por seus aliados, os lances
variavam de R$ 50 a
R$ 1.500.
Cunha foi líder do
PMDB em 2013 e 2014. Integrante da igreja Sara Nossa Terra, é um dos expoentes
da bancada evangélica.
Também foi um dos
principais articuladores do chamado “blocão”, grupo informal integrado por
parlamentares da base descontentes com o governo.
Radialista e
economista, Cunha começou na política como deputado estadual no Rio de Janeiro
em 2001, pelo PPB. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Em
seguida, Cunha se transferiu para o PMDB, partido pelo qual foi eleito outras
três vezes deputado federal.
Nas eleições de
2014, ele foi o terceiro deputado mais votado do Rio de Janeiro e o mais votado
do PMDB em todo o País, com 232.708 votos.
Dentre
as bandeiras defendidas pelo deputado em sua campanha para a presidência estão:
imediata apreciação das reformas política e tributária, compromisso com a
independência do Legislativo e subsídios para os deputados equivalentes aos
recebidos pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Da
redação com. Exame.Abril - Imagem: Arquivo do Panô City