21 maio 2017

Jornalista português diz que Michel Temer não se tornou presidente da melhor maneira

Sob o título de “Já chega disto, Brasil” o jornalista Leonídio Paulo Ferreira do DN dizem um treco  que: “Depois dos fulgurantes anos sob liderança de Lula da Silva, em que o Brasil subiu até ao sexto lugar das potências econômicas, os tempos tinham sido de derrapagem, uma quebra para nono lugar, atrás agora da Itália.”

Imagem do DN

Em outro trecho Leonídio diz que: “Em 200 milhões de brasileiros não falta de certeza gente séria e capaz. Já chega disto, Brasil.”

Veja abaixo a matéria completa

“Já chega disto, Brasil
Por  Leonídio Paulo Ferreira

Digamos que Michel Temer não se tornou presidente da melhor maneira do quinto maior país do mundo, também o quinto mais populoso. Afinal beneficiou da atribulada e polémica destituição de Dilma Rousseff, de quem era vice, para chegar ao mais alto cargo do Brasil em 2016.

Mas mesmo assente num processo claramente político que dividiu o Brasil, a ascensão de Temer teve o mérito inicial de devolver alguma normalidade institucional e de tranquilizar bastante os meios empresariais: o crescimento de pouco mais de 1% no primeiro trimestre deste ano, embora tímido, dá alguma razão a esta leitura benigna dos factos, até porque tanto em 2016 como em 2015, em pleno segundo mandato de Rousseff como presidente da República, a economia contraiu-se quase 4%.

Ora com o Brasil agora de novo a crescer, algum otimismo estava também a regressar ao país e ao seu povo. Depois dos fulgurantes anos sob liderança de Lula da Silva, em que o Brasil subiu até ao sexto lugar das potências económicas, os tempos tinham sido de derrapagem, uma quebra para nono lugar, atrás agora da Itália. Com Temer, ou apesar de Temer, o Brasil parecia estar a começar a recompor-se, mesmo que as acusações de corrupção contra Dilma e Lula deixassem milhões em desespero ou pela queda em desgraça dos seus heróis ou por verem por trás dela o revanchismo dos velhos poderes instalados.

Renuncia ou não, Temer, depois de envolvido em mais um escândalo? Esperará o Brasil ou não por novo voto só em 2018, ou haverá diretas já se o presidente cair? São questões pertinentes. Mas a mais importante de todas parece-me ser outra: quando vai o povo brasileiro renovar uma classe política que não só desilude pelos escândalos contínuos como sobretudo prejudica a imagem e a realidade de um país tão cheio de potencial?
Em 200 milhões de brasileiros não falta de certeza gente séria e capaz. Já chega disto, Brasil.”

Postado originalmente no DN/Portugal


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