08 maio 2017

Moro diz que Lula quer transformar interrogatório em ato político

Juiz recusou pedido da defesa para mudar ângulo de gravação do depoimento que ocorrerá nesta quarta-feira
juiz federal Sergio Moro rejeitou nesta segunda-feira o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mudar o ângulo de gravação do interrogatório do petista, que acontecerá nesta quarta-feira. No despacho, o magistrado escreveu que Lula quer transformar o depoimento em um “evento político-partidário”, cujo propósito é estranho e proibido a um processo penal.
A defesa do ex-presidente alega que o foco da câmera exclusivo no acusado — que é padrão nas oitivas de réus e testemunhas da Lava Jato — geraria uma “imagem negativa” e “inferiorizada” de Lula, violando, assim, no seu entendimento, a presunção de inocência.
 “Não se ignora que o acusado Luiz Inácio Lula da Silva e sua Defesa pretendem transformar um ato normal do processo penal, o interrogatório, oportunidade que o acusado tem para se defender, em um evento político-partidário, tendo, por exemplo, convocado militantes partidários para manifestações de apoio ao ex-presidente na referida data e nessa cidade [Curitiba], como se algo além do interrogatório fosse acontecer”, afirmou Moro. O PT e grupos pró-Lula organizaram carreatas para fazer acampamentos e protestos na capital paranaense.
“A gravação pela parte da audiência com propósitos político partidários não pode ser permitida pois se trata de finalidade proibida para o processo penal”, completou.Publicado originalmente às 12:29 do dia 08/05/17


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