Casada
há quase 11 anos com Jair Bolsonaro, ela acompanha de longe o marido na corrida
ao Planalto, sem se envolver publicamente em eventos ou atos de campanha"
"Discreta, evangélica e defensora dos direitos das
pessoas com surdez, Michelle Bolsonaro pode ser a próxima primeira-dama do
Brasil. Ela é casada há quase 11 anos com Jair Bolsonaro, candidato do PSL
à Presidência da República, com quem tem uma filha de oito anos. Acompanha de
longe o marido na corrida ao Planalto, sem se envolver publicamente em eventos
ou atos de campanha. Ainda não se sabe se ela vai ocupar alguma função pública
caso seu companheiro venha a ser eleito.
Michelle e Bolsonaro raramente fazem aparições públicas.
O deputado federal e candidato a presidente evita envolver ela em questões
político-partidárias. Na sua biografia, chamada “Mito ou Verdade”, escrita por
um de seus filhos, o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), não há referências
nem fotos de Michelle. Seria uma estratégia para blindá-la, principalmente
neste período eleitoral em que são comuns ataques e exposição da vida pessoal.
Com isso, além de Bolsonaro, somente os filhos mais velhos do presidenciável –
Flavio, de 37 anos, Carlos, 35, e Eduardo, 34, todos políticos – participam
diretamente da candidatura do pai."
"As poucas aparições públicas de Michelle ao lado do
marido após ele virar candidato nestas eleições foram na penúltima propaganda
eleitoral, na convenção do PSL e em uma transmissão ao vivo no Facebook. Nem
mesmo quando ele esteve internado no Hospital Albert Einstein, depois de ter
sofrido uma tentativa de assassinato em um evento de campanha em Juiz de Fora
(MG), Michelle apareceu publicamente junto ao companheiro. Ela postou, apenas,
uma imagem dele voltando a se alimentar em seu perfil no Instagram. O perfil,
porém, é privado. Apesar da discrição, Michelle acompanhou o marido no hospital
a maior parte do tempo.
Michelle
é apresentada na penúltima propaganda eleitoral
Depois de passar o primeiro turno inteiro sem mostrar sua mulher, Bolsonaro quebrou a regra e mostrou Michelle ao público na penúltima propaganda eleitoral, veiculada nesta quinta-feira (25), a três dias do segundo turno. O programa é dedicado às pessoas com deficiência. A esposa de Bolsonaro não tem nenhum tipo de deficiência, mas é defensora dos direitos dos surdos e estuda Libras.
Depois de passar o primeiro turno inteiro sem mostrar sua mulher, Bolsonaro quebrou a regra e mostrou Michelle ao público na penúltima propaganda eleitoral, veiculada nesta quinta-feira (25), a três dias do segundo turno. O programa é dedicado às pessoas com deficiência. A esposa de Bolsonaro não tem nenhum tipo de deficiência, mas é defensora dos direitos dos surdos e estuda Libras.
Na propaganda, Michelle é apresentada como um mulher
forte e sensível à causa das pessoas com deficiências. A locutora diz que a
possível primeira-dama estará trabalhando junto com Bolsonaro em defesa dos
direitos dos surdos e de todos as pessoas que apresentam algum tipo de
deficiência. Não dá mais detalhes, porém, se será alguma função pública. O
candidato assinou um termo de compromisso com a comunidade surda.
No vídeo, Michelle conta como se interessou pela causa e
dá um depoimento sobre a mãe e sobre o próprio Bolsonaro. “O Jair tem um brilho
no olhar diferenciado. É um cara humano, que se preocupa com as pessoas. Muito
brincalhão, muito natural. Quem conhece, quem convive, sabe que ele é assim. É
meu amor”, diz.
Outras
aparições públicas recentes
Na convenção do PSL que confirmou o nome de Bolsonaro na disputa ao Planalto, realizada em 22 de julho, Michelle também fez uma das poucas aparições públicas. Ela esteve grande parte do tempo ao lado do marido. Foi uma das raras vezes em que foi fotografada junto ao deputado. Ela sentou ao lado de Bolsonaro na mesa colocada em cima do palco, o acompanhou no púlpito em que ele discursou a apoiadores e, ao final, conversou com deficientes auditivos e convidou-os para tirar foto com o candidato.
Na convenção do PSL que confirmou o nome de Bolsonaro na disputa ao Planalto, realizada em 22 de julho, Michelle também fez uma das poucas aparições públicas. Ela esteve grande parte do tempo ao lado do marido. Foi uma das raras vezes em que foi fotografada junto ao deputado. Ela sentou ao lado de Bolsonaro na mesa colocada em cima do palco, o acompanhou no púlpito em que ele discursou a apoiadores e, ao final, conversou com deficientes auditivos e convidou-os para tirar foto com o candidato.
Outra aparição aconteceu em um domingo (14), durante uma
transmissão ao vivo feita por Bolsonaro em sua página oficial no Facebook. O
capitão da reserva se defendeu da acusação de que teria votado contra um
projeto de lei que tratava de pessoas com deficiência. Michelle, usando
linguagem de sinais, afirmou: “Eu quero agradecer a comunidade surda pelo apoio
ao meu marido Bolsonaro e aos meus amigos surdos, que já há um ano vem
pensando, planejando uma proposta para a comunidade surda e também para todas
as pessoas com deficiência em geral”. Participaram também da live a intérprete
Adriana, professora de Libras da UFRJ, e Priscila, professora de Libras PUC-SP.
Interesse
pelos direitos e pela inclusão dos surdos
Em entrevista a um canal no YouTube voltado para a comunidade surda, Michelle contou como despertou o seu interesse pela causa dos surdos e por aprender a língua de sinais. Ela disse que tem um tio surdo e que esse tio lhe ensinou o alfabeto em libras. Mas que foi ao conhecer um casal de surdos na antiga igreja que frequentava no Rio de Janeiro, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que descobriu o amor pela língua brasileira de sinais. “Quero que todas as pessoas aprendam libras para interagir com as pessoas surdas”, disse Michelle, usando a linguagem de sinais, no vídeo postado em 14 de outubro.
Em entrevista a um canal no YouTube voltado para a comunidade surda, Michelle contou como despertou o seu interesse pela causa dos surdos e por aprender a língua de sinais. Ela disse que tem um tio surdo e que esse tio lhe ensinou o alfabeto em libras. Mas que foi ao conhecer um casal de surdos na antiga igreja que frequentava no Rio de Janeiro, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que descobriu o amor pela língua brasileira de sinais. “Quero que todas as pessoas aprendam libras para interagir com as pessoas surdas”, disse Michelle, usando a linguagem de sinais, no vídeo postado em 14 de outubro.
Atualmente, Michelle frequenta a Igreja Batista da
Atitude, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro. Lá, se envolve com
projetos de educação de surdos e mudos.
Silas
Malafaia celebrou seu casamento com Bolsonaro
Antes, frequentava a Assembleia de Deus, fundada pelo pastor Silas Malafaia. Foi Malafaia quem celebrou o casamento religioso entre Michelle e Bolsonaro, em março de 2013.
Antes, frequentava a Assembleia de Deus, fundada pelo pastor Silas Malafaia. Foi Malafaia quem celebrou o casamento religioso entre Michelle e Bolsonaro, em março de 2013.
Mais tarde, houve um desentendimento entre o pastor e
Bolsonaro por causa do desejo do deputado de trocar de partido (o que acabou se
confirmando, com ele saindo do PSC para o PSL). Segundo a Veja, Mafalaia
chamou Bolsonaro de “radical” e “desonesto intelectualmente”. Eles, porém,
parecem ter resolvido suas desavenças, já que Mafalaia declarou voto em
Bolsonaro nestas eleições.
Referências
de Bolsonaro a Michelle
Bolsonaro começou a falar indiretamente da sua mulher mais recentemente, para se defender das acusações de que seria machista ou racista. Em um vídeo usado na propaganda eleitoral (antes postado por Flavio Bolsonaro), o candidato conta que tinha decidido não ter mais filhos, mas que mudou de ideia a pedido da mulher. “Ela falou até pela manutenção do casamento, que a realização em grande parte das mulheres é ter filhos”, diz Bolsonaro.
Bolsonaro começou a falar indiretamente da sua mulher mais recentemente, para se defender das acusações de que seria machista ou racista. Em um vídeo usado na propaganda eleitoral (antes postado por Flavio Bolsonaro), o candidato conta que tinha decidido não ter mais filhos, mas que mudou de ideia a pedido da mulher. “Ela falou até pela manutenção do casamento, que a realização em grande parte das mulheres é ter filhos”, diz Bolsonaro.
O presidenciável conta, no vídeo, que desfez a vasectomia
e teve, com Michelle, a pequena Laura, hoje com oito anos, quem “mudou, sim,
muito a minha vida”.
"Apesar da referência a Michelle no vídeo, Bolsonaro
não a cita nominalmente, nem mostra imagens dela, dentro da estratégia de
preservá-la. O vídeo é uma resposta à frase dita por Bolsonaro em 2017: “Eu
tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio
uma mulher”.
O candidato também já fez menções ao seu sogro, a quem
chama de Paulo Negão. Em entrevista ao programa Pânico no início deste
mês, afirmou: “Eu sou apaixonado por uma filha de pau de arara”. E completou:
“O meu sogro é o Paulo Negão, de Crateús, no Ceará. A minha filha [Laura] tem
sangue de cabra da peste correndo em suas veias”.
Em 26 de setembro, Bolsonaro postou em suas redes sociais
um vídeo em que aparece Michelle. Nele, ela faz uma homenagem ao Dia Nacional
do Surdo, se comunicando usando a língua de sinais.
“Michelle é minha esposa, sempre se dedicou a aprender
com os deficientes auditivos. Aqui ela se apresenta, os parabeniza pela data,
diz que ainda estamos no hospital, agradece o carinho e orações e que
continuará lutando pela comunidade surda”, escreveu o capitão da reserva.
Michelle, porém, aparece sozinha, e não ao lado de Bolsonaro, como na convenção
do PSL e na live de 14 de outubro.
Michelle de Paula Firmo Reinaldo e Jair Messias Bolsonaro
se conheceram na Câmara dos Deputados, quando ela foi secretária parlamentar,
de 2006 a 2008. Ela trabalhou com os, na época, deputados federais Vanderlei
Assis (PP-SP) e Dr. Ubiali (PSB-SP) e na liderança do PP.
Depois, já namorando com Bolsonaro, passou a trabalhar
com ele no gabinete, também como secretária parlamentar. A contratação se deu
em 18 de setembro de 2007. Dois meses depois, casou-se no papel com Bolsonaro.
Em novembro de 2008, foi exonerada pelo deputado, já que o Supremo Tribunal
Federal baixou uma súmula proibindo a prática de nepotismo na administração
pública, vedando a contratação de parentes até terceiro grau, conforme prevê a
Constituição Federal.
Além de Laura, filha mais nova de Bolsonaro, Michelle tem
uma menina de 15 anos. Segundo a Folha de São Paulo, chegou a se inscrever
no curso de Farmácia, mas nunca cursou. É natural de Ceilândia, cidade satélite
de Brasília. Torce para o Flamengo, é 25 anos mais jovem que Bolsonaro e tem um
irmão mais novo, de 30 anos, integrante do Exército.
Primeira-dama:
função protocolar
No Brasil, a primeira-dama tem uma função protocolar. Ela é não obrigada por lei a se envolver em funções públicas, mas, tradicionalmente, ocupa posições ligadas a causas sociais. Quem quebrou essa tradição foi Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, que não ocupou nenhuma função social durante os mandatos do marido.
No Brasil, a primeira-dama tem uma função protocolar. Ela é não obrigada por lei a se envolver em funções públicas, mas, tradicionalmente, ocupa posições ligadas a causas sociais. Quem quebrou essa tradição foi Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, que não ocupou nenhuma função social durante os mandatos do marido.
A atual primeira-dama, Marcela Temer, foi nomeada
embaixadora voluntária do Programa Criança Feliz, voltado para o desenvolvimento
integral da primeira infância.
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