Uma década depois, o projeto de Amorim foi aprovado pelo relator, o deputado do MDB, Valtenir Pereira, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
Em 2009, quando deputado federal, o
rondoniense Ernandes Amorim apresentou projeto para mudar a estrutura das
disputas eleitorais, estendendo os mandatos dos prefeitos, para que as próximas
eleições coincidissem com a disputa pelos cargos federais e se acabasse com
essa situação, que paralisa o país a cada dois anos. Ideia de bom senso, que
representaria um grande avanço, a proposta era de eleições gerais a cada cinco anos,
sem direito a reeleição.
Uma década depois, o projeto de Amorim
foi aprovado pelo relator, o deputado do MDB, Valtenir Pereira, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Ex
prefeito, ex deputado estadual, ex deputado federal, ex senador, Amorim teve
passagens sempre polêmicas pela política, mas deixou seu nome na história da
sua cidade, Ariquemes, de onde saiu para ser consagrado nas urnas no seu
Estado, chegando até o Senado. Atualmente, está com problemas com a Justiça,
condenado num dos processos a que respondeu. Mas sua atuação no Congresso
mantém seu nome ativo. A ideia de acabar com essa sucessão de gastança em
eleições, a cada 24 meses, paralisando o país e tirando milhões e milhões de
reais dos cofres públicos, além de ter que manter uma estrutura caríssima da
Justiça Eleitoral, é um sonho dos brasileiros que não querem viver apenas
pensando nas urnas, porque aqui, mal termina uma eleição, no dia seguinte já
começa a campanha para a outra. Mandatos de cinco anos, para todos os cargos – de
vereador a Presidente da República a vereador - sem reeleição, seria o ideal. A
ideia de Amorim tem chances perto do zero de prosperar, porque há poucos
os que pensam mais no país do que no próprio umbigo, mas que ela seria uma
ótima e positiva mudança para esse Brasil, seria sim!
Os maiores empecilhos para que o
projeto ande, estão dentro do Congresso. Os políticos profissionais, que se
elegem e reelegem há décadas, jamais topariam um sistema em que não pudessem
concorrer eternamente. Também dentro da Justiça Eleitoral, haveria enorme
pressão contrária, porque sem eleições a cada dois anos, o atual sistema
de controle eleitoral perderia a razão de ser. Desapareceria e só seria
movimentado quando a próxima disputa estivesse próxima. Essa superestrutura,
essa gastança, esse imenso tempo dedicado apenas a eleições, enquanto o país
vive mal, no desespero e no desemprego; com economia combalida e cheio de
deficiências, tudo isso acabaria, caso se mudasse o sistema atual e as disputas
fossem apenas a cada cinco anos. Mas quem teria coragem de mexer com tantos
interesses? E a dinheirama que rola nas campanhas? Como o mundo político
sobreviveria sem tanta grana, ainda mais agora que é o cidadão, com seus
impostos, que banca os partidos políticos, alguns dos quais nunca sequer ouviu
falar? Amorim está, ao menos por enquanto, fora da politica. Mas deixou sua
contribuição para melhorar seu país. Uma pena que a ideia reapareça somente
depois de uma década. E que seja nesse Brasil dominado por tantos interesses,
menos aqueles que poderiam nos tornar um país muito melhor....
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