21 maio 2019

Eleições gerais a cada cinco anos, sem reeleição


Uma década depois, o projeto de Amorim foi aprovado pelo relator, o deputado do MDB, Valtenir Pereira, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Em 2009, quando deputado federal, o rondoniense Ernandes Amorim apresentou projeto para mudar a estrutura das disputas eleitorais, estendendo os mandatos dos prefeitos, para que as próximas eleições coincidissem com a disputa pelos cargos federais e se acabasse com essa situação, que paralisa o país a cada dois anos. Ideia de bom senso, que representaria um grande avanço, a proposta era de eleições gerais a cada cinco anos, sem direito a reeleição.
Uma década depois, o projeto de Amorim foi aprovado pelo relator, o deputado do MDB, Valtenir Pereirada Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Ex prefeito, ex deputado estadual, ex deputado federal, ex senador, Amorim teve passagens sempre polêmicas pela política, mas deixou seu nome na história da sua cidade, Ariquemes, de onde saiu para ser consagrado nas urnas no seu Estado, chegando até o Senado. Atualmente, está com problemas com a Justiça, condenado num dos processos a que respondeu. Mas sua atuação no Congresso mantém seu nome ativo. A ideia de acabar com essa sucessão de gastança em eleições, a cada 24 meses, paralisando o país e tirando milhões e milhões de reais dos cofres públicos, além de ter que manter uma estrutura caríssima da Justiça Eleitoral, é um sonho dos brasileiros que não querem viver apenas pensando nas urnas, porque aqui, mal termina uma eleição, no dia seguinte já começa a campanha para a outra. Mandatos de cinco anos, para todos os cargos – de vereador a Presidente da República a vereador - sem reeleição, seria o ideal. A ideia de Amorim tem chances perto do zero de  prosperar, porque há poucos os que pensam mais no país do que no próprio umbigo, mas que ela seria uma ótima e positiva mudança para esse Brasil, seria sim!
Os maiores empecilhos para que o projeto ande, estão dentro do Congresso. Os políticos profissionais, que se elegem e reelegem há décadas, jamais topariam um sistema em que não pudessem concorrer eternamente. Também dentro da Justiça Eleitoral, haveria enorme pressão contrária, porque sem eleições a cada dois  anos, o atual sistema de controle eleitoral perderia a razão de ser. Desapareceria e só seria movimentado quando a próxima disputa estivesse próxima. Essa superestrutura, essa gastança, esse imenso tempo dedicado apenas a eleições, enquanto o país vive mal, no desespero e no desemprego; com economia combalida e cheio de deficiências, tudo isso acabaria, caso se mudasse o sistema atual e as disputas fossem apenas a cada cinco anos. Mas quem teria coragem de mexer com tantos interesses? E a dinheirama que rola nas campanhas? Como o mundo político sobreviveria sem tanta grana, ainda mais agora que é o cidadão, com seus impostos, que banca os partidos políticos, alguns dos quais nunca sequer ouviu falar? Amorim está, ao menos por enquanto, fora da politica. Mas deixou sua contribuição para melhorar seu país. Uma pena que a ideia reapareça somente depois de uma década. E que seja nesse Brasil dominado por tantos interesses, menos aqueles que poderiam nos tornar um país muito melhor....

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