A corrupção mina os recursos de qualquer órgão público ou ente privado, deixando de assegurar suas funções originais e trazendo prejuízos que podem sequer ser calculados. Com os acontecimentos dos últimos anos, a própria sociedade começou movimentos pela transparência no Brasil.
Uma das iniciativas é do Instituto Não Aceito Corrupção, uma associação civil, nacional e apartidária, sem fins econômicos, fundada em 2015. A entidade foi idealizada pelo promotor de Justiça Roberto Livianu, que uniu 32 cidadãos para combater de forma inteligente e estratégica a corrupção.
Quatro frentes são abordadas: pesquisa, políticas públicas, educação e mobilização da sociedade.
Ao programa ‘A Protagonista’, o promotor Roberto Livianu comentou a criminalização do caixa 2 eleitoral. “Isso deixa a competição desigual e, entre outras coisas, é usado para comprar votos. É um crime de sabotagem a democracia, não uma falha técnica. E não é por existir em grande margem que devemos aceitar”, diz.
Para o promotor, o ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro vai bem em atacar esse ponto dentro do pacote anticrime que lançou recentemente.
Livianu acrescenta que ‘os partidos se comportam como se não houvesse lei’. “Fazem isso dando legenda aos corruptos.
Está nas mãos do presidente Bolsonaro sancionar ou vetar esse ‘monstrengo’ criado pelo Congresso”, aponta.
Reforma política é chave
Roberto Livianu acrescenta que a reforma política é essencial para garantir que a corrupção desapareça da política nacional. Um dos exemplos se dá com a aprovação do voto distrital. “Esse dispositivo já existe na Inglaterra desde o século 12. Isso combate a corrupção por subdividir o território em áreas menores, melhorando a interação entre representante e representado. Aqui distorceram totalmente a proposição e criaram o ‘distritão’, que só existe em países como Vanuatu, Emirados Árabes, Kuwait e Afeganistão”, enumera.
Outra questão levantada pelo promotor é sobre as doações anônimas. “Sendo assim, há políticos que poderiam receber dinheiro de PCC, Comando Vermelho, Máfia Russa e Máfia Chinesa”, exemplifica.
Postado originalmente no Gazeta do Povo
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