Agência de reputação Bold Lion calculou a legitimidade dos seguidores de políticos como Jair Bolsonaro, Fernando Haddad e João Amoêdo
O protagonismo da desinformação viralizada em redes sociais foi
muito discutido durante as últimas eleições presidenciais. A gravidade do tema,
que influencia e inflama discursos, tem chamado a atenção e responsabilidade de
empresas de tecnologia para combater o fenômeno.
Pesquisas ainda indicam que muitos dos seguidores de
políticos não são idôneos e sim bots. E a dinâmica deles, na visão de
especialistas, é nociva.
“Os bots programados para seguirem uma determinada figura
pública podem, por exemplo, retuitar uma notícia falsa em favor de um indivíduo
e gerar uma reação em cadeia, fazendo a informação falsa chegar a um usuário
verificado que espalha o fato para milhares de pessoas. A partir daí, o estrago
está feito”, explicou Michel Bekhor, da agência de comunicação Press Works e
especialista em mídias digitais.
Uma pesquisa da agência de reputação Bold Lion fez uma análise do Twitter de cinco importantes figuras
públicas, com o objetivo de verificar a presença de perfis falsos entre seus
seguidores: Jair Bolsonaro, Fernando Haddad, João Amoêdo, Tiririca e Carla
Zambelli.
Em um total de 1.013 seguidores analisados, o perfil do
Presidente Jair Bolsonaro (PSL) apresentou 22% de fakes, enquanto o ex-prefeito
da capital paulista, Fernando Haddad (PT), teve um total de 18% de
usuários-fantasma entre os membros de seu público.
“Nós coletamos aleatoriamente uma parcela do following de
cada um e utilizamos uma ferramenta digital para identificar os bots,
classificados como fakes”, afirmou um dos sócios da Bold Lion, Gustavo De
Amorim.
João Amoêdo (NOVO) teve o menor índice de seguidores
falsos entre os ex-presidenciáveis, com 17% da amostragem inválida. Os demais
nomes considerados foram o do humorista e atual Deputado Federal Tiririca
(PR-SP) e da Deputada Federal Carla Zambelli (PSL-SP). O primeiro, apresentou
um índice de 10% de seguidores falsos e a segunda, 5% – o que não configura menor
gravidade para o problema.
Metodologia
A pesquisa coletou uma amostra aleatória dos seguidores de
cada personalidade e utilizou uma ferramenta digital para identificar perfis
com alta chance de serem bots, classificados como fakes. Entre os critérios
utilizados para verificar as contas duvidosas, estavam a presença na rede – a
maioria dos bots contabilizam zero tuíte – e a utilização de nomes genéricos
acompanhados de números – padrão comum entre usuários-fantasma.
“Vale lembrar que os perfis privados foram descartados da
análise, uma vez que é impossível verificar suas atividades e, portando,
defini-los como legítimos ou fakes”, disse Amorim.
Da
redação, com Twitter
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