Desempenho
parlamentar
Segundo levantamento do jornal O Estado de S.
Paulo, em 26 anos de atividades no Congresso, Bolsonaro apresentou 171 projetos
de lei, de lei complementar, de decreto de legislativo e propostas de emenda à Constituição
(PECs), sendo relator de 73 deles. Segundo a Agência Lupa — que dá o número
total de projetos como 172 — 162 destes foram Projetos de Lei (PL), um foi
Projeto de Lei Complementar (PLC) e cinco foram Propostas de Emenda à
Constituição (PEC); há 470 outras proposições apresentadas pelo deputado, mas
estas não são projetos de lei: trata-se de emendas a processos em comissões,
indicações de autoridades para que prestem informações em casos analisados pela
Câmara, e mensagens e manifestações em plenário. Bolsonaro conseguiu aprovar
dois projetos de lei e uma emenda: uma PEC que prevê emissão de recibos junto
ao voto nas urnas eletrônicas; uma proposta que estende o benefício de isenção
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para bens de informática e
outra que autoriza o uso da fosfoetanolamina, substância que ficou conhecida no
Brasil como "pílula do câncer" e que testes demonstraram não ter
qualquer efeito contra a doença. Bolsonaro justificou a aprovação de uma única
emenda alegando que não recebe apoio suficiente dos demais congressistas por
sofrer "discriminação" por possuir ideais direitistas.
No caso das urnas eleitorais, a emenda propõe a
impressão de um comprovante, o qual é verificado pelo eleitor na impressora e,
em seguida, depositado, pela própria máquina, em uma urna lacrada. Ele defende
esse sistema para evitar fraudes na contagem de votos e por não existir
"nenhum país no mundo" que use a tecnologia brasileira, insinuando
que as urnas eletrônicas são vulneráveis. Apesar do sistema ser testado
periodicamente e nunca ter sido corrompido,[65][66] alguns especialistas
questionam sua indefensabilidade. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), a proposta geraria custos adicionais de cerca de 1,8 bilhão de reais aos
cofres públicos. Em junho de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
derrubar o voto impresso nas eleições de 2018 por entender que isto poderia
gerar um risco de quebra de sigilo e da liberdade de escolha, pela
possibilidade de mesários precisarem intervir em caso de falha da impressão.
Bolsonaro foi o autor de uma Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que prevê que o Sistema Único de Saúde (SUS) realize
cirurgias de laqueadura e vasectomia em maiores de 21 anos que desejarem
realizar o procedimento. Ele argumentou que muitas famílias pobres não têm
dinheiro para fazer cirurgias como essas e que teriam dificuldades em realizar
seu planejamento familiar por esse motivo. Essa pauta, porém, já era defendida
por ele desde o início dos anos 90, quando era vereador.
Bolsonaro também apresentou a PL 1411/2011, que
descaracteriza como crime a recusa, em templos religiosos, de aceitar ou
efetuar cerimônias ou pessoas em desacordo com suas crenças e liturgias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário