10 agosto 2019

PSL aposta em campeões de voto em 2018 para eleições em 2020

A deputada federal Joice Hasselmann é cotada para disputar a prefeitura de São Paulo; o deputado estadual Rodrigo Amorim já foi apontados como pré-candidato da sigla no Rio

O PSL vai escalar deputados campeões de voto em 2018, eleitos na onda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, para entrar na disputa de prefeituras de cidades grandes e médias no próximo ano. Apesar de seguir com o discurso da renovação, nomes de fora da política têm sido minoria entre os pré-candidatos do partido até agora.
Rio de Janeiro, Curitiba, Campo Grande, Cuiabá e São Paulo são algumas capitais onde o PSL tem como pré-candidatos à vaga de prefeito puxadores de voto. A tendência se repete em municípios de médio porte. Deputados que tiveram votações recordes no ano passado são cotados para defender uma candidatura do partido em Blumenau (SC) e Vila Velha (ES), por exemplo. 
A escalação de parlamentares está concentrada no centro-sul do país, porque é a região em que o PSL registrou seu melhor desempenho eleitoral. Dos 52 deputados federais da sigla, 44 são do Sul, Sudeste ou Centro-Oeste.
Ao apostar no lançamento de deputados para disputas municipais, o PSL se vale de uma receita da política tradicional. Como não precisam renunciar ao mandato, em toda eleição uma legião de parlamentares se lança às urnas para tentar conquistar um cargo de prefeito.
Força regional O plano do PSL para as eleições de 2020 é audacioso. O presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, tem dito que a meta é lançar candidaturas próprias a prefeito em todas as cidades com mais de cem mil habitantes — são cerca de 300 atualmente.
Em Santa Catarina, maior estado governado pelo PSL, o partido estima eleger de 60 a 80 prefeitos. Hoje não tem nenhum.

O dirigente explicou que a escalação de deputados para disputar a eleição foi precedida de uma consulta sobre os suplentes que assumirão no caso de vitória nas urnas. 

"Fizemos uma consulta rigorosa sobre os suplentes para ver se estão alinhados com o presidente Bolsonaro e o governador. Constatamos que todos estão alinhadíssimos e podemos lançar nossos deputados com a tranquilidade de que serão substituídos por gente que pensa como nós", disse Schiochet. 
Neste mês o PSL iniciará uma campanha nacional de filiação. Um ato em todo o país está marcado para o próximo dia 17. A legenda espera aumentar de 250 mil para um milhão de filiados até o fim do ano.
A eleição municipal é considerada decisiva para os planos de reeleição do presidente Bolsonaro. Eleger prefeitos é o caminho para estruturar o partido regionalmente e criar uma rede de apoio a uma candidatura presidencial daqui três anos.
Campeões de voto O único pré-candidato a prefeito em capitais divulgado até agora pelo PSL foi o deputado estadual Rodrigo Amorim. Mais votado para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2018, ele teve sua indicação anunciada em julho. Mas as articulações regionais estão acontecendo. O próximo anúncio deverá ser do pré-candidato a prefeito de Curitiba, Fernando Francischini. Ele foi o deputado mais votado da história do Paraná em 2018. 
Em São Paulo, é a deputada campeã de votos na Câmara, Joice Hasselmann, quem está no páreo pela vaga. O deputado estadual Gil Diniz também tem dito que encararia a tarefa. Ele foi o segundo mais votado do PSL no estado.
O mesmo acontece em Campo Grande, onde o deputado estadual mais votado no estado, Capitão Contar, é um dos cotados à vaga. Em Cuiabá, é o deputado federal mais votado de Mato Grosso, Nelson Barbudo, quem aparece nas bolsas de aposta para a empreitada de 2020. 
De todas essas capitais, apenas em São Paulo um nome de fora da política vem sendo aventado como candidato— o apresentador José Luiz Datena. 

Deputados que não foram recordistas de votos também deverão encabeçar chapas a prefeito do PSL. Em Porto Alegre, o favorito à vaga é o deputado estadual Rui Igarathy, empresário eleito pela primeira vez em 2018 e atualmente secretário estadual de Desenvolvimento. Em Vitória disputam a vaga de candidato a prefeito um ex e outro atual deputado — Carlos Manato e Torino Marques, respectivamente. 
"Somos o maior partido de Santa Catarina, mas não temos um prefeito nem vereador. A próxima eleição vai consolidar nossa força no estado", afirmou o presidente estadual do PSL catarinense, deputado Fábio Schiochet.
Postado originalmente no Epoca.Globo

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