07 abril 2020
Do fundo do Baú do Amora - Rosa - Orlando Silva
"Em 84º lugar entre as 100 maiores canções brasileiras de todos os tempos “Rosa”, composição de Pixinguinha e Otávio de Souza.
Uma das mais belas canções da história do choro, “Rosa” é uma música do mestre Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha. Um primor tanto na versão original sem letra, quanto na versão mais conhecida com letra de Otávio de Souza. Além da beleza ímpar, a música possui algumas curiosidades.
Segundo o próprio autor, a valsa foi composta em 1917 e o título original era “Evocação”, só recebendo letra muito mais tarde. Como manda a regra e a tradição do chorinho, a música foi composta em três partes. Mais tarde, recebeu letra apenas para primeira e segunda partes e foi gravada e regravada muitas vezes dessa forma. Há alguns anos atrás, a versão original, em três partes e sem letra, foi regravada para o box “Choro Carioca, Música do Brasil” lançado pela gravadora Acari.
“O autor dessa letra é Otávio de Souza, um mecânico do Engenho de Dentro, bairro carioca, muito inteligente e que morreu novo”, informou Pixinguinha.
A letra de “Rosa” é um capítulo à parte. Rebuscada, parnasiana e lindíssima foi composta pelo improvável Otávio de Souza. Ele nunca compôs nada parecido com “Rosa”. Um compositor de uma única música, uma obra prima.
Conta a lenda que Otávio de Souza se aproximou de Pixinguinha enquanto o mestre bebia em um bar do subúrbio carioca para falar que havia uma letra que não saía de sua cabeça toda vez que ouvia a valsa. Pixinguinha ouviu e ficou maravilhado.
A gravação feita por Orlando Silva foi a responsável pela popularização de “Rosa”, mesmo com o erro de concordância no trecho “sândalos dolente”. Interessante lembrar que essa música foi recusada por Francisco Alves e Carlos Galhardo.
Trata-se de uma valsa de breque, de difícil interpretação vocal, especialmente para o uso de legatos, já que as pausas naturais são preenchidas por segmentos que restringem os espaços para o cantor tomar fôlego."
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