Algo de muito
estranho acontece no Brasil. Milhões de brasileiros ficaram estarrecidos com o
festival de insanidades e de ilicitudes cometidos nos últimos anos. Houve
irresignação e manifestações. As eleições de 2018 surpreenderam aqueles que não
percebiam que o povo estava possesso.
O recado das urnas
foi contundente. Não se suporta mais a “velha política”, o “toma lá, dá cá”, o
“é dando que se recebe”. É urgente a adoção de práticas já existentes em outros
países e, portanto, bem possíveis de implementação até aqui no Brasil.
Política partidária
não é profissão. É ônus. É o serviço que o cidadão lúcido, consciente e
devotado oferece para o conjunto de nacionais que o elege. Assim deveria ser.
Acreditou-se que os
tempos seriam outros.
Entretanto, o que
se vê em quase um ano e meio de governo?
O Senado, a “Câmara
Alta”, integrada por pessoas experientes, sem a impulsividade da Câmara dos
Deputados, se mantém nas práticas habituais. Não aprova a Reforma da
Previdência se não houver contrapartida.
O famigerado Fundo
Partidário, que deveria ser extinto, foi objeto de acréscimo. A miséria aumenta
e o menoscabo com o minguado dinheiro do povo também. Não se fala em reduzir
partidos e ninguém tem coragem de dizer que uma República provida de 40
diferentes fórmulas de gerir a coisa pública não pode dar certo.
No âmbito dos
demais poderes a coisa não é muito melhor. O Judiciário, que deveria ser o
Poder Moderador, só pensa em si mesmo. Quer mais tribunais federais, em lugar
de transformar-se num só Poder Nacional, sem a necessidade de duas “Justiças
Comuns”, que só servem para criar conflitos de competência. Tribunais locais
querem mais cargos, mais prédios, mais carros modernos, sem a menor noção de
que no resto do mundo o juiz é um servidor como qualquer outro. Não precisa de
pompas e circunstâncias. Basta a sua autoridade moral, além da competência
técnica.
O Ministério
Público pensa em crescer ainda mais. Mais cargos, mais edifícios, “mais tudo do
mesmo”, quando o restante do mundo assumiu o compromisso de reduzir
burocracias, de se utilizar da inteligência artificial e das demais tecnologias
da Quarta Revolução Industrial para um urgente enxugamento, nunca proliferação
de estruturas arcaicas e dispendiosas.
Aparentemente, o
povo está anestesiado. Não tem vontade de se manifestar outra vez. Não tomou
conhecimento de que o necessário não se fez. Tudo continua a exigir
transformação: educação, saúde, segurança pública, saneamento básico,
infraestrutura.
Prossegue a visão
reducionista de que se combate violência com mais violência e que o remédio
está na indústria de construção de presídios. A sujeira aumenta, a indigência
também, o meio ambiente é ultrajado e quem tem a coragem de defende-lo é
“comunista” ou “inimigo do progresso”.
Parece que o juízo
tirou férias do Brasil. O pior é que tudo sugere que ele não tem pressa de
voltar.
No que se refere ao sua consideração sobre o Judiciário, o então desembargador, José Renato Nalini se contradiz, posto que foi um defensor ferrenho do Auxílio Moradia, inclusive usando frases impopulares, conforme podem ser vistas no vídeo abaixo
Nenhum comentário:
Postar um comentário