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Amorim Sangue Novo
Filipe Mountbatten, Duque de dimburgo (em inglês: Philip
Mountbatten; Corfu, 10 de junho de 1921 — Windsor, 9 de abril de 2021[1]), nascido Filipe da Grécia e
Dinamarca, foi o marido da rainha Isabel II e consorte
real do Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda do Norte e dos reinos da Comunidade das Nações desde
1952 até sua morte. Ele foi o consorte mais velho e de maior reinado na
história da monarquia britânica, além de o homem mais velho da história
da família real.
Filho
do príncipe André da Grécia
e Dinamarca e da princesa Alice de Battenberg,
Filipe nasceu na Grécia sendo membro das famílias reais grega e dinamarquesa.
Porém, ele foi expulso do país junto com seus pais enquanto ainda era um bebê,
durante o Golpe
de 1922. Filipe estudou na França, Inglaterra, Alemanha e Escócia, entrando na Marinha Real
Britânica em 1939 aos dezoito anos. Ele começou a se
corresponder no mesmo ano com a princesa Isabel, filha mais velha e herdeira do
rei Jorge VI do Reino
Unido. Ele serviu no Mediterrâneo e no Pacífico durante a Segunda Guerra
Mundial.
Depois
da guerra, Filipe recebeu permissão do rei para se casar com Isabel. Ele
abandonou seus títulos gregos e dinamarqueses antes do anúncio oficial,
abandonou a Igreja Ortodoxa Grega e
converteu-se ao anglicanismo e
naturalizou-se cidadão britânico, adotando o sobrenome Mountbatten a partir de
seus avós maternos. Os dois se casaram no dia 20 de novembro de 1947 após
cinco meses de noivado. Ao se casar, Filipe recebeu o estilo do "Sua Alteza Real" e o título de Duque de Edimburgo.
Ele continuou no serviço ativo da marinha até Isabel ascender ao trono em 1952,
tendo alcançado a patente de comandante.
Filipe
e Isabel tiveram quatro filhos: Carlos, Ana, André e Eduardo.
Filipe foi patrono de mais de oitocentas organizações e realizou diversos
deveres oficiais sozinho e principalmente junto com Isabel. Ele exerceu seu
papel como príncipe consorte durante 69 anos e faleceu aos 99 anos em 9 de
abril de 2021, no Castelo de Windsor.
Filipe nasceu na vila de Mon Repos na ilha de Corfu, Grécia, no
dia 10 de junho de 1921,
o quinto filho e único menino do príncipe André da Grécia
e Dinamarca, filho do rei Jorge I da Grécia,
e da princesa Alice de Battenberg.[2] Suas quatro irmãs mais velhas
eram Margarida, Teodora, Cecília e Sofia.
Ele foi batizado na Igreja Ortodoxa Grega,
com seus padrinhos sendo sua avó paterna a rainha Olga e
Alexander S. Kokotos, prefeito de Corfu representando toda a comunidade da
ilha.[3]
Seu
avô materno o príncipe Luís de Batemberga,
então conhecido como Luís Mountbatten, 1.º Marquês de Milford Haven, morreu
em Londres pouco depois do nascimento de
Filipe. Luís era um cidadão britânico naturalizado que, após uma carreira
na Marinha Real
Britânica, havia renunciado seus títulos germânicos e adotado o
sobrenome de Mountbatten durante a Primeira Guerra
Mundial. Filipe e sua mãe visitaram Londres para o funeral e logo em
seguida voltaram para a Grécia, onde André tinha permanecido por estar
comandando uma divisão do exército durante a Guerra
Greco-Turca.[4]
A guerra
seguiu mal para a Grécia, com os turcos conseguindo grandes vitórias. O
rei Constantino I,
tio de Filipe, foi forçado a abdicar do trono em 22 de setembro de 1922 e o
novo governo militar prendeu André junto com vários outros. Georgios Hatzianestis,
comandante do exército grego, e outros cinco políticos proeminentes foram
executados dias depois. Acreditava-se que a vida de André estava em perigo, com
Alice estando sob vigilância. Uma corte revolucionária por fim baniu o príncipe
e sua família pelo restante de suas vidas em dezembro.[5] O cruzador rápido britânico
HMS Calypso evacuou a família de André do país, com Filipe,
então com dezoito meses de vida, sendo carregado em um berço feito a partir de
caixas de frutas. Eles foram para a França,
onde se estabeleceram na comuna de Saint-Cloud perto de Paris em
uma casa emprestada por sua tia, a princesa Maria Bonaparte.[6] Por ter deixado a Grécia ainda
quando bebê, Filipe tinha pouco conhecimento da língua grega.
Juventude
Educação
Gordonstoun,
escola onde Filipe estudou na Escócia
Filipe começou
sua educação em uma escola americana em Paris dirigida por Donald MacJannet,
que descreveu o príncipe como um menino "áspero, efusivo ... mas sempre
incrivelmente educado".[8] Ele foi enviado para o Reino Unido em 1928 a fim de estudar na
Escola Cheam, vivendo junto com sua avó materna a princesa Vitória de Hesse e
Reno no Palácio de Kensington e
com seu tio Jorge Mountbatten, 2.º Marquês de Milford Haven, na Mansão
Lynden em Bray, Berkshire.[9] Nos três anos seguintes suas
quatro irmãs se casaram com nobres germânicos e foram viver na Alemanha, com sua mãe sendo colocada em um
sanatório ao ser diagnosticada com esquizofrenia
paranoide[10] e seu pai indo morar em um
pequeno apartamento em Monte Carlo. Pelo
restante de sua infância, Filipe teve pouco contato com Alice.[11] Ele foi enviado em 1933 para a
Escola do Castelo de Salem porque tinha a "vantagem de se economizar taxas
escolares" por ser propriedade de Bertoldo,
Marquês de Baden e marido de sua irmã Teodora.[12] Kurt Hahn, o fundador judeu de Salem, fugiu da
Alemanha por causa da ascensão do nazismo e fundou a escola Gordonstoun na Escócia. Filipe foi para Gordonstoun após dois
semestres em Salem.[13] Sua irmã Cecília, o marido
dela Jorge Donatus,
Grão-Duque Herdeiro de Hesse-Darmstadt, os dois filhos meninos do casal e a mãe
de Donatus a princesa Leonor de
Solms-Hohensolms-Lich, morreram em 1937 em um acidente aéreo perto
de Oostende, Bélgica; Filipe tinha dezesseis anos e
compareceu ao funeral em Darmstadt.[14] Seu tio o Marquês de Milford
Haven morreu um ano depois de câncer.
Serviço naval
Filipe deixou Gordonstoun em 1939 e se juntou à Marinha
Real Britânica, se
formando no ano seguinte na Real Escola Naval em Dartmouth como o melhor cadete
de sua turma.[16] Ele continuou servindo com as
forças britânicas durante a Segunda
Guerra Mundial enquanto
dois de seus cunhados, Bertoldo e o príncipe Cristóvão
de Hesse-Cassel,
lutaram no lado alemão.[17] Ele foi comissionado aspirante
de marinha em janeiro de 1940, passando quatro meses no couraçado HMS Ramillies protegendo
comboios da Força Expedicionária Australiana no oceano Índico, seguido por designações mais curtas no
HMS Kent, HMS Shropshire e no Ceilão (atual Sri Lanka). Filipe acabou transferido para
o HMS Valiant na Frota do Mediterrâneo depois
da invasão
italiana da Grécia em
outubro de 1940
Filipe se envolveu em vários confrontos
durante a guerra, como na Batalha de Creta e na Batalha do Cabo
Tênaro, em que ele foi mencionado nos
despachos por suas ações no controle dos holofotes. Ele também
recebeu a Cruz de Guerra grega por bravura.[16] Deveres menos gloriosos
incluíram alimentar as caldeiras do navio de transporte RMS Empress of
Russia.[19] O príncipe foi promovido
a subtenente após uma série de cursos
em Portsmouth, em que ele conseguiu nota máxima
em quatro das cinco seções do exame de qualificação.[20] Filipe foi designado em junho
de 1942 para o contratorpedeiro HMS Wallace, que se envolveu na
escolta de comboios pela costa britânica e na invasão aliada da
Sicília.
Ele
foi promovido a tenente em 16 de
julho de 1942. Em outubro do mesmo ano ele se tornou aos 21 anos o primeiro
tenente (segundo em comando) do Wallace, um dos mais jovens
marinheiros a alcançar tal posição na história da Marinha Real. Filipe acabou
salvando o navio e seus companheiros em julho de 1943 de um bombardeio aéreo
durante a invasão da Sicília: ele criou um plano de lançar uma jangada com
fumos que acabou distraindo os aviões inimigos e permitiu que o Wallace fugisse
sem ser percebido. No ano seguinte o príncipe foi
transferido para o HMS Whelp, onde serviu junto da Frota Britânica
do Pacífico na 27ª Flotilha de Contratorpedeiros. Filipe esteve presente
na baía de Tóquio quando
o instrumento de rendição do Japão foi
assinado. Ele voltou para o Reino Unido em janeiro de 1946 a bordo do Whelp,
sendo em seguida postado como instrutor no HMS Royal Arthur da
Escola de Suboficiais em Corsham, Wiltshire.[24]
Casamento
O rei Jorge VI do Reino
Unido e sua esposa a rainha Isabel Bowes-Lyon visitaram a Real Escola
Naval de Dartmouth em 1939. Durante a visita, a rainha e tio de Filipe lorde Luís Mountbatten pediram que o príncipe
acompanhasse as duas filhas do rei, as princesas Isabel e Margarida.
Elas eram suas primas de terceiro grau através da rainha Vitória do Reino
Unido (mãe do bisavô de Isabel, o rei Eduardo VII do
Reino Unido, e da bisavó de Filipe, a princesa Alice do Reino Unido),
e de segundo grau uma vez removidas pelo rei Cristiano IX da
Dinamarca (pai da bisavó de Isabel, Alexandra da
Dinamarca, e do avô paterno de Filipe, o rei Jorge I da Grécia).[25]
Isabel,
então com apenas treze anos de idade, logo se apaixonou por Filipe e os dois
começaram a se corresponder por cartas com o consentimento do rei.[26] Depois da guerra o príncipe
pediu a Jorge em 1946 a mão de sua filha em casamento. O rei aceitou o pedido,
contanto que qualquer compromisso oficial fosse adiado até o aniversário de 21
anos de Isabel em abril do ano seguinte.[27] Filipe abandonou seus títulos
grego e dinamarquês em fevereiro de 1947 e adotou o sobrenome Mountbatten de
sua família materna, sendo também naturalizado um cidadão britânico apesar de
legalmente já ser um como descendente de Sofia de Hanôver.
O noivado foi anunciado oficialmente em 10 de julho. Apesar dele aparentemente
"sempre ter se considerado um anglicano", tendo inclusive comparecido
a serviços anglicanos junto com seus colegas de classe e parentes, Geoffrey
Fisher, o Arcebispo da
Cantuária, queria "regularizar" a posição de Filipe ao
oficialmente recebê-lo na Igreja Anglicana, o que aconteceu em outubro. Jorge concedeu a Filipe o
estilo de "Sua Alteza Real"
um dia antes do casamento e no dia seguinte lhe deu os títulos de Duque de Edimburgo, Conde de Merioneth e Barão Greenwich.
Filipe
e Isabel se casaram em uma cerimônia realizada na Abadia de Westminster no
dia 20 de novembro de 1947, gravada e transmitida pela BBC para
mais de duzentas milhões de pessoas ao redor do mundo. Entretanto, não era
aceitável no Reino Unido pós-guerra que qualquer um dos parentes germânicos do
duque fossem convidados para o casamento, incluindo suas três irmãs ainda
vivas, todas casadas com príncipes germânicos, alguns dos quais tendo conexões
nazistas. O casal logo em seguida passou a morar na Casa Clarence em Londres[32] e pouco depois tiveram seus
dois primeiros filhos: príncipe Carlos em
1948 e princesa Ana em
1950.[33]
O
duque voltou para a marinha depois da lua de mel, primeiro em um trabalho de
escritório no Almirantado Britânico e
depois no quadro de funcionários da Real Escola Naval em Greenwich.[16] A partir de 1949 ele foi
designado como primeiro tenente do HMS Chequers, navio líder do 1º
Esquadrão Contratorpedeiro da Frota do Mediterrâneo, residindo na Vila
Guardamangia em Malta. Filipe foi promovido a
tenente-comandante em 16 de julho de 1950 e colocado no comando da fragata
HMS Magpie. Dois anos depois ele foi
promovido a comandante,[16] porém sua carreira militar
ativia havia terminado em julho de 1951.
A saúde de
Jorge VI estava piorando cada vez mais e Isabel e Filipe foram nomeados para
o Conselho
Privado em 4 de novembro de 1951. O casal realizou uma viagem
de ponta a ponta do Canadá e em janeiro de
1952 partiram para uma nova viagem desta vez pela Commonwealth. O rei morreu em 6 de fevereiro de 1952 e
Isabel ascendeu ao trono enquanto o casal estava no Quênia, com Filipe contando as notícias para a
esposa. A viagem foi cancelada e eles imediatamente voltaram para o Reino Unido
Consorte da rainha
Casa real
A
ascensão de Isabel levantou a questão do nome da casa real britânica. Luís Mountbatten
defendeu que o nome deveria passar a ser Casa de Mountbatten, já que Isabel
tradicionalmente teria assumido o sobrenome do marido ao se casarem;
entretanto, a rainha Maria de Teck,
viúva do rei Jorge V e
avó paterna de Isabel, soube sobre a sugestão e informou o
primeiro-ministro Winston Churchill,
que aconselhou a nova rainha a emitir uma proclamação declarando que a casa
real permaneceria sendo conhecida como a Casa de Windsor. A forte antipatia pessoal de
Churchill com lorde Mountbatten, quem ele considerava um rival perigoso e
subversivo que tinha perdido a Índia, pode ter
contribuído para isso. O duque reclamou particularmente: "Eu não passo de
uma maldita ameba. Sou o único homem no país que não tem permissão de dar seu
nome aos próprios filhos".
Anos
depois da morte da rainha Maria e da renúncia de Churchill, Isabel emitiu em 8
de fevereiro de 1960 uma Ordem em Conselho declarando que o sobrenome de todos
os descendentes da rainha e do duque na linhagem masculina que não possuem o
estilo de Alteza Real, ou tenham o título de príncipe ou princesa, seria Mountbatten-Windsor.[41] Apesar de parecer que Isabel
estava "absolutamente estabelecida em seu coração" sobre tal mudança
e que a tinha em mente há algum tempo, ela ocorreu apenas onze dias antes do
nascimento do príncipe André em
19 de fevereiro, e apenas três meses depois de uma prolongada correspondência
entre o especialista constitucional Edward Iwi (que declarou que, sem tal
alteração, a criança real nasceria com "o Emblema da Bastardia") e o
primeiro-ministro Harold Macmillan (que
tentou sem sucesso repelir Iwi).
A
rainha também anunciou pouco depois de sua ascensão que Filipe teria
"posição, preeminência e precedência" logo depois dela "em todas
as ocasiões e em todas as reuniões, exceto onde estabelecido o contrário
por Ato do Parlamento". Isso significa que o duque
assumiu precedência sobre seu filho mais velho, o Príncipe de Gales, exceto
oficialmente dentro do parlamento
britânico. Entretanto, Filipe comparece
ao parlamento apenas quando acompanha Isabel para a anual Cerimônia de
Abertura, onde ele caminha e se senta ao seu lado.
Contrário
a diversos rumores ao longo dos anos, confidentes afirmaram que Isabel e Filipe
sempre mantiveram uma relação forte durante todo seu casamento, apesar dos
desafios do reinado.De fato, a rainha declarou
durante um discurso celebrando seu aniversário de cinquenta anos de casamento
em 1997 que o duque "tem sido, simplesmente, minha força e apoio todos
esses anos, e eu, e toda sua família, e este e muitos outros países, temos com
ele uma dívida muito maior que ele nunca reivindicaria ou que nós jamais
saberemos"
Deveres
Como consorte da rainha, Filipe apoiou sua esposa em todas suas funções como
soberana, acompanhando-a em diversas cerimônias como a Abertura do Parlamento,
visitas a outros países e banquetes de estado. Como presidente da Comissão de
Coroação, o duque se tornou o primeiro membro da família real
britânica a voar em um helicóptero a fim de visitar tropas que
fariam parte da cerimônia. A coroação de Isabel ocorreu
em 2 de junho de 1953, porém Filipe não foi coroado também; ele se ajoelhou na
frente da rainha segurando suas mãos e jurou ser seu "vassalo de vida e
membro".
A
princesa Margarida, irmã mais nova de Isabel e cunhada de Filipe, considerou no
início da década de 1950 se casar com Peter
Townsend, um homem mais velho e divorciado, com a imprensa acusando
o duque de ser contrário à união. Ele reclamou dizendo que "Eu não fiz
nada". Filipe realmente não tinha interferido, escolhendo permanecer
distante da vida amorosa de outras pessoas. Posteriormente, Margarida e
Townsend desistiram de seus planos juntos. Entre 1953 e 1954 durante seis
meses, Filipe e Isabel viajaram pela Commonwealth, porém novamente Carlos e Ana
permaneceram no Reino Unido
Filipe e Kurt Hahn fundaram em 1956 o Prêmio do
Duque de Edimburgo com o objetivo de dar aos jovens "um
sentimento de responsabilidade para consigo mesmos e suas comunidades". No
mesmo ano ele também estabeleceu a Conferência de Estudos da Commonwealth.
Filipe viajou ao redor do mundo entre 1956 e 1957 a bordo do recém comissionado
iate real HMY Britannia,
durante o qual ele oficialmente abriu os Jogos
Olímpicos de Verão de 1956 em Melbourne, Austrália, e visitou a Antártida. Isabel e seus filhos permaneceram
em casa. Na viagem de volta, Michael Parker, secretário particular do duque,
foi processado por sua esposa para um divórcio. Assim como Townsend alguns anos
antes, a imprensa britânica retratou o caso como um escândalo e posteriormente
Parker teve de abrir mão de seu cargo. Ele mais tarde afirmou que Filipe foi
muito apoiador e "a rainha foi maravilhosa do começo ao fim. Ela
considerou o divórcio uma tristeza, não guardando ofensas". Isabel deu a Parker o título
de "Comandante" da Real Ordem Vitoriana em
uma demonstração pública de apoio.
Outros
relatos da imprensa afirmavam que a rainha e o duque estavam se afastando, algo
que enfureceu Filipe e consternou Isabel, que publicou uma negação contundente.[54] Ela conferiu ao marido em 22
de fevereiro de 1957 o título e estilo de "Príncipe do Reino
Unido"" através de carta-patente, restaurando sua posição
principesca que ele havia formalmente renunciado dez anos antes. No mesmo dia
foi declarado que ele passaria a ser conhecido como "Sua Alteza Real, o
príncipe Filipe, Duque de Edimburgo".[55] No mesmo ano em 14 de outubro
ele foi nomeado para o Conselho
Privado da Rainha para o Canadá, fazendo seu juramento diante de
Isabel em Rideau Hall, a
residência canadense do governador-geral e consequentemente do monarca.
Desde
o início de seu reinado como consorte, Filipe se tornou patrono de
aproximadamente oitocentas organizações de diferentes ramos, como meio
ambiente, industrial, esportes e educação. Ele atuou entre 1961 e 1982 como
presidente britânico da World Wildlife
Fund e presidente internacional de 1981 até 1996, sendo em
seguida nomeado como presidente emérito. O príncipe também é patrono da The
Work Foundation, foi presidente da Federação
Equestre Internacional entre 1964 e 1986 e também serviu como
chanceler das universidades de Cambridge, Edimburgo,
Salford e País de Gales.
Filipe
escreveu para seu filho Carlos no início de 1981 o aconselhando a se decidir
sobre pedir Diana Spencer em
casamento ou encerrar a relação entre os dois. O Príncipe de Gales se sentiu
pressionado por seu pai a tomar uma decisão e assim acabou pedindo Diana em
casamento em fevereiro, com a cerimônia ocorrendo seis meses depois.
O casamento de Carlos e Diana ruiu por volta de 1992. Filipe e Isabel
realizaram um encontro com o casal tentando alcançar algum tipo de
reconciliação entre eles, porém sem sucesso. O duque depois escreveu para a
Princesa de Gales expressando sua decepção sobre os relacionamentos
extra-conjugais tanto do filho quanto dela, pedindo para que Diana examinasse
os comportamentos de ambos os lados a partir da perspectiva do outro. Ele foi direto e ela foi
sensível, achando as cartas difíceis de
ler, porém mesmo assim apreciando que Filipe havia agido com boas intenções.
Diana e Carlos se separaram e se divorciaram oficialmente em 1996.[63]
Diana morreu em
um acidente de carro em Paris no dia 31 de agosto de 1997. Na
época, grande parte da família real estava no Castelo de Balmoral na
Escócia. Isabel e Filipe blindaram da imprensa seus netos os príncipes Guilherme e Henrique, filhos de Diana e Carlos, durante
cinco dias em Balmoral, onde poderiam ficar de luto em particular. O isolamento
da família real causou uma consternação pública,[64] porém o humor geral do país
mudou de hostilidade para respeito após uma transmissão realizada pela rainha
em 5 de setembro. No funeral no dia seguinte, os filhos de Diana hesitaram
sobre caminhar atrás do caixão da mãe durante a procissão. Filipe conversou com
Guilherme e lhe disse que "Se você não caminhar, eu acredito que você irá
se arrepender mais tarde. Se eu caminhar, você caminha comigo?". Dessa
forma, Filipe, Carlos, Guilherme, Henrique e Charles
Spencer, 9.º Conde Spencer e irmão mais velho de Diana,
caminharam atrás de seu esquife pelas ruas de Londres.
Pelos
anos seguintes, Mohamed Al-Fayed,
cujo filho Dodi Al-Fayed estava
em um relacionamento com Diana e também morreu no acidente de carro, afirmou
que Filipe havia ordenado a morte de Diana e que todo o acidente foi encomendado.
Os inquéritos sobre a morte da Princesa de Gales se encerraram em 2008 e
concluíram que não havia quaisquer indícios de uma conspiração.
Filipe
recebia uma anuidade parlamentar, que desde 1990 era de 359 mil libras, que era
utilizada para cobrir despesas oficiais realizadas no cumprimento de deveres
públicos. Essa anuidade não foi afetada pela reforma das finanças reais
ocasionadas pelo Decreto de Concessão do Soberano de 2011.[67] Qualquer porção dessa pensão
que não é utilizada em despesas oficiais está sujeita a impostos. Na prática,
toda a anuidade é usada para financiar seus deveres oficiais.[68] Sua fortuna pessoal foi
estimada em 2001 como estando por volta de 28 milhões de libras.[69]
Século XXI
Filipe foi homenageado pelo Presidente da Câmara dos
Comuns em 2002 durante as celebrações do Jubileu
de Ouro de Isabel por seu papel no apoio da rainha. Em 2009 ele
superou a rainha Carlota de
Mecklemburgo-Strelitz, esposa do rei Jorge III,
como o consorte de maior reinado na história britânica, sendo também o homem de
maior longevidade da família real.
O
príncipe foi internado em abril de 2008 no Hospital Rei Eduardo VII para
"avaliação e tratamento" de uma infecção no peito, entrando no
hospital sem ajuda e sendo liberado três dias depois para se recuperar no Castelo de Windsor. O jornal Evening Standard relatou em agosto do
mesmo ano que Filipe estava com câncer de próstata.
O Palácio de Buckingham, que normalmente se recusa a comentar rumores sobre a
saúde da família real, afirmou que a notícia era uma invasão de privacidade e
emitiu uma declaração negando toda a história. O jornal voltou atrás no
relato e admitiu que era falso
Em entrevista em junho de 2011 para marcar seu aniversário de noventa anos, o
príncipe disse que reduziria suas atividades e deveres oficiais, afirmando
"eu fiz minha parte". Isabel lhe concedeu a posição
de Lorde Grande Almirante para celebrar o aniversário Filipe sentiu dores no peito
em dezembro do mesmo ano enquanto estava na Casa Sandringham, sendo levado para
o Papworth Hospital onde passou por uma angioplastia
coronária bem sucedida, sendo librado no dia 27 de
dezembro.
O
duque adoeceu novamente em 4 de junho de 2012 em meio às celebrações do Jubileu de Diamante de sua esposa, sendo levado de
Windsor para o Hospital Rei Eduardo VII em Londres sofrendo de uma infecção na
bexiga.[79] Ele recebeu alta no dia 9. A infecção voltou em agosto
enquanto estava no Castelo de Balmoral e Filipe foi internado durante cinco
dias por precaução na Enfermaria Real de Aberdeen. Quase um ano depois ele foi
internado em Londres para uma cirurgia no abdômen, passando onze dias no
hospital.
Faleceu
em 09 de abril de 2021, aos 99 anos de idade. A causa ainda não foi revelada
Aposentadoria
Em 04 maio de 2017, o Palácio de Buckingham
anunciou que o Duque de Edimburgo se afastará das suas funções públicas a
partir do começo do outono, em setembro de 2017. O comunicado, feito de forma
repentina, gerou especulações quanto ao estado de saúde de Filipe
Acidente Automobilístico
Em 17 de janeiro de 2019, o Duque de Edimburgo sofreu um acidente quando
ele dirigia um automóvel.[87] O automóvel do Duque, um Land
Rover Freelander, colidiu com um outro automóvel. O duque, conforme informações
do Palácio de Buckingham não sofreu nenhum ferimento, mas saiu deste acidente
abalado e em estado de choque.[88] Os ocupantes do outro carro, a
motorista e os ocupantes da parte de trás do veículo, sendo uma mulher e um
bebê de nove meses. O bebê sofreu apenas ferimentos leves, mas a motorista
quebrou o punho e a outra ocupante cortou o joelho, de acordo com informações
da polícia local. Este acidente ativou um debate sobre idosos na direção de
automóveis no Reino Unido.[88]
Alguns
dias após o acidente, o duque entregou a sua carta de condução
Problemas de saúde
Conforme envelhecia, Filipe passou a sofrer de alguns problemas de saúde, tendo
sido internado algumas vezes. Em abril de 2018, por exemplo, logo após receber
alta após uma cirurgia no quadril, a Caras Portugal escreveu: "De recordar
que, apesar de ter sido sempre muito saudável, nos últimos tempos, Filipe tem estado
mais debilitado. Dores no peito, uma artéria bloqueada, uma infeção na bexiga e
uma operação ao abdómen foram algumas das situações que o levaram ao hospital
nos últimos anos".
Em
16 de fevereiro de 2021, aos 99 anos, cerca de 5 meses antes de completar 100
anos, ele foi internado no hospital Eduardo VII para tratar, inicialmente, uma
infecção. mas, no dia 1º seguinte, foi transferido para o hospital São
Bartolomeu para cuidar de um problema cardíaco, sendo que no dia 04 de março a
Casa Real anunciou que ele havia necessitado de uma cirurgia.
Dias
depois, ele voltou a ser transferido para o Eduardo VII, de onde teve alta em
16 de março de 2021, depois de 28 dias de internação.
Falecimento
Filipe havia saído recentemente do hospital,
onde foi submetido a uma cirurgia por causa de problemas cardíacos, com os
quais sofria há 10 anos, e devido ao estado debilitado,
faleceu na manhã de 9 de abril de 2021, aos 99 anos, no Castelo
de Windsor, 2 meses
antes de seu aniversário de 100 anos. Seu velório será na capela de
São Jorge, que fica no castelo e também será enterrado, conforme pedido feito
por ele em vida
Títulos, honras e brasões
Títulos e estilos
·
10 de junho de 1921 – 28 de fevereiro de 1947: Sua Alteza Real, Príncipe Filipe da Grécia e
Dinamarca
·
28 de fevereiro de 1947 – 19 de novembro de 1947: Tenente Filipe
Mountbatten
·
19 de novembro de 1947 – 20 de novembro de 1947: Sua Alteza
Real, Sir Filipe Mountbatten"
·
20 de novembro de 1947 – 22 de fevereiro de 1957: Sua Alteza
Real, o Duque de Edimburgo"
·
22 de fevereiro de 1957 – 9 de abril de 2021: Sua Alteza Real, o
príncipe Filipe, Duque de Edimburgo"
Filipe
já recebeu e manteve diversos títulos durante sua vida. Ele nasceu com o título
e estilo de um príncipe da Grécia e Dinamarca, porém abandonou estes antes de
seu casamento e logo em seguida foi criado um duque britânico, dentre outros títulos.
Entretanto, foi apenas em 1957 através de cartas-patentes emitidas pela rainha
que ele novamente recebeu o título de príncipe, desta vez um do Reino Unido.
Ao
conversar com Filipe, ou com qualquer outro membro homem da família real com a
exceção do soberano, a prática e regras da etiqueta ditam que deve-se primeiro
chamá-lo de "Sua Alteza Real" e em diante de "Senhor"
Honras
O príncipe foi nomeado um cavaleiro da Ordem da Jarreteira pelo
rei Jorge VI em 19 de novembro de 1947, um dia antes de seu casamento.[99][100] Desde então ele já recebeu 17
nomeações e condecorações diferentes na Commonwealth e outros 48 de países
estrangeiros.[100] Além disso, os habitantes da
ilha de Tanna em Vanuatu veneram Filipe como um deus; os
ilhéus possuem diversos retratos do duque, alguns enviados pelo próprio, e
realizam banquetes em sua homenagem no dia de seu aniversário.[101]
Ao
Isabel ascender ao trono em 1952, Filipe foi nomeado almirante do Corpo de
Cadetes Marinhos, coronel chefe da Força de Cadetes do Exército e comodoro chefe
do ar do Corpo de Treinamento Aéreo.[102] No ano seguinte ele foi
nomeado às posições equivalentes no Canadá, também sendo feito almirante da
frota da Marinha Real, capitão-general dos Fuzileiros Reais, marechal de campo do Exército Britânico e
marechal da Força Aérea Real.[103] Outras nomeações militares
ocorreram posteriormente na Austrália e Nova Zelândia.[104] Filipe foi nomeado pela
rainha em 2011 para a posição de Lorde Grande Almirante da Marinha Real, a mais
alta patente da organização, como um presente para celebrar seus noventa anos
de idade.[105]
Em
Portugal, foi condecorado por quatro vezes. Em 1955 com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor,
Lealdade e Mérito, em 1973 com o Grande-Colar
da Ordem do Infante D. Henrique, em 1979 com a Grã-Cruz
da Ordem Militar de Avis e em 1993 com a Grã-Cruz
da Ordem Militar de Cristo.
Brasões
Ao se casar com Isabel em 1947, Filipe recebeu do rei Jorge VI o direito de
portar seu próprio brasão de armas. Ele consistia no real brasão de
armas da Grécia encimado por um escudo interior contendo
o real brasão de
armas da Dinamarca. No primeiro quartel estava o brasão de sua
bisavó materna a princesa Alice do Reino Unido,
que consistia no real
brasão de armas do Reino Unido diferenciado por um lambel argento de
três pés, com o pé central possuindo uma flor goles e
os laterais um erminho. O escudo era envolto pelo colar da Ordem da Jarreteira e
encimado por uma coroa de príncipe de cruzes pattée e flores-de-lis, estando acima dela um elmo
affronte e um timbre formado
por um coronel or de duque,
do qual saiam cinco plumas alternadamente sable e
argento. Os suportes eram
uma figura de Hércules proper no lado dexter e um leão queue fourche ducalmente
coroado or, empanturrado por uma coroa naval azure. Seu
lema é "God is My Help" (Deus é meu auxílio).
Seu
brasão foi alterado em 1949 por ser considerado "insatisfatório". Ele
passou a ser esquartelado:
I or, semée de corações goles, três leões passant em pala (pela Dinamarca); II
azure, uma cruz argento (pela Grécia); III argento, duas paletas sable (por
Batemberga/Mountbatten); IV argento, uma rocha proper, acima um castelo de
pedra sable de três torres, com janelas, portão, bandeiras e palhetas goles
(por Edimburgo). Os suportes, coroa, elmo, timbre e lema permaneceram
inalterados.
Fonte Wikipedia com edição de Amorim Sangue Novo
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