06 agosto 2020
Cultura: Península de Le Morne Brabant, Maurício
O monólito basáltico ao longe debruça-se sobre Le Morne Brabant, península da extremidade sudoeste da ilha de Maurício, no oceano Índico. Originalmente desabitada, por volta do século 18 Maurício havia se tornado uma importante escala no tráfico de escravos. Alguns escravos conseguiam fugir enquanto estavam na ilha e refugiavam-se nas muitas cavernas e marquises naturais das encostas íngremes de Le Morne. Lá, esses "escravos fugidos" esconderam-se dos negreiros e criaram tantos assentamentos que Maurício acabou ficando conhecida como "a república dos fugidos".
Imagens aéreas da área permitem avistar a extraordinária "cachoeira submersa", ilusão de ótica formada, segundo
algumas teorias, por uma mistura de depósitos de limo e areia, possivelmente
movendo-se de uma plataforma continental mais rasa para outra mais profunda.
Nota da redação:
A Paisagem Cultural de Le Morne
é um Património Mundial da UNESCO
na Maurícia. O sítio, uma rugosa montanha aos pés do Oceano Índico no sudoeste da Maurícia, foi usado como abrigo por escravos foragidos nos séculos XVIII e XIX. Protegidos pelos isolados e praticamente inacessíveis
precípicios da montanha, os escravos foragidos formaram pequenas povoações nas
grutas e no cume de Le Morne. As tradições orais associadas aos quilombolas, tornaram Le Morne num símbolo da luta dos
escravos pela liberdade, do seu sofrimento, do seu sacrifício, que tinham
relevância para os países dos quais os escravos vieram - África
Continental, Madagáscar, Índia,
Sudeste Asiático. A
Maurícia, uma importante paragem no antigo comércio de escravos, ganhou a
alcunha da "Terra dos Quilombolas", devido ao grande número de escravos
foragidos que viveram em Le Morne.
Em 2008,
a Paisagem Cultural de Le Morne tornou-se um Património Mundial da UNESCO.