Dirceu Casagrande - Foto do Facebook (editada por nossa redação) |
"CORRUPÇÃO
Eu sou como a nuvem do temporal,
Que deixa rastros por onde passa,
Na favela, no morro tirando vidas
E vou embora sem deixar sinal de fumaça.
Eu sou a praga criada
Na fila da fome e da dor
Sou a ganância do mais muito mais
Sou a falta da partilha e do amor.
Eu ajunto sem maquinários
Colho onde nunca plantei
Ganho dormindo, sonhando
Mas hoje eu acordei.
De que vale juntar tanto pra mim
Se não guardo nada pra depois
Se o vírus chamado corona
Pega em mim, você, nós dois.
Se o hospital que interna é o mesmo
Que trata do pobre e do rico
Se a morte leva o paciente
Leva todos nem eu mesmo fico.
Ainda bem que foi só pesadelo
Acordei quando o vírus chegou
Quero voltar pra escola de novo
Que a saúde a corrupção já levou.
Só restas alguns pacientes
Que agoniza na ânsia da morte
Que eu com a sede do mais
Decretei sua dor, sua sorte.
Eu sou a corrupção
Meu nome não é tão interessante
Meu poder esse sim importa
Mando, desmando e sigo adiante."
(Dirceu Casagrande)