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04 junho 2021

Exército decide não punir Pazuello por participação em ato político com Bolsonaro

A não punição de maneira exemplar ao general Eduardo Pazuello, abre o precedente para que todas as patentes do Exército se sintam no direito de transgredir as normas regulamentares não só daquela entidade mas, por tabela, todas as outras corporações das Forças Armadas 
(Amorim Sangue Novo)

Comandante do Exército avaliou que 'não houve transgressão disciplinar' e arquivou caso. Estatuto das Forças Armadas proíbe que militares da ativa participem de atos políticos.

O comando do Exército informou nesta quinta-feira (3) que decidiu não punir o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela participação em um evento político com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, no último dia 23.

Segundo a corporação, "não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar" por parte de Pazuello. Com a decisão do comandante Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o processo disciplinar foi arquivado.

O Regulamento Disciplinar do Exército e o Estatuto das Forças Armadas proíbem a participação de militares da ativa em manifestações políticas. No ato que gerou o procedimento disciplinar, Pazuello chegou a subir em um carro de som com Bolsonaro e fazer um breve discurso.

A punição para Pazuello poderia ir de advertência a prisão. Nos bastidores, Bolsonaro defendeu que o ex-ministro não fosse punido. Além de militar da reserva, o presidente é o comandante em chefe das Forças Armadas – por isso, superior hierárquico ao comandante do Exército.

O ato no Rio

O evento com Bolsonaro e Pazuello aconteceu no Rio de Janeiro, dois dias após o ex-ministro da Saúde ser ouvido pela CPI da Covid no Senado e questionado sobre as falhas do governo no enfrentamento à pandemia. Ao falar com apoiadores e acenar de cima do trio, nem Pazuello nem Bolsonaro usavam máscaras.

Eduardo Pazuello chegou a apresentar defesa no processo disciplinar a que respondeu junto ao Exército. O militar argumentou que o evento questionado não era político-partidário porque o país não está em período eleitoral, e porque Bolsonaro não é filiado a partido político.

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Vídeo: CNN Brasil