"De
tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero
vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E
assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu
possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Vinicius
de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, faleceu em 09 de julho de 1980 e foi um dos
maiores criadores da cultura brasileira. Escritor, letrista, diplomata,
dramaturgo, crítico de cinema, o legado deixado pelo “poetinha” é de valor
inestimável.
É certo afirmar que a sua produção poética
foi bastante voltada para o tema do amor, embora nas suas obras também seja
possível encontrar uma meta-escrita ou até mesmo uma escrita engajada,
preocupada com os problemas políticos e sociais do mundo.